segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Colóquio/Letras nº 178


Já está á venda a Colóquio/Letras nº 178, referente a Setembro/Dezembro 2011, edição da Fundação Caloute Gulbenkian.
O tema central da revista é a poesia de Ruy Belo. Vários ensaistas analisam várias facetas da obra do Poeta.
Deste número constam ainda análises sobre a escrita de Hélder Macedo, poemas de João Rui de Sousa e Luísa Freire e um crónica de Mário Claudio.
Encontramos ainda recensões críticas da "Antologia Poética" de Jorge Sena, "Desobediência" de Eduardo Pitta e  "Um Teatro às escuras" de Pedro Tamen, entre outras.
A revista é acompanhada de um interessante suplemento dedicado ao "Siglo de Oro - Relações hispano-portuguesas no século XVII".
Ilustram a revista reproduções de obras de Pedro Calapez.
Uma número para nos acompanhar neste fim de 2011.

sábado, 24 de setembro de 2011

"Nervo", de Diogo Vaz Pinto


É o fascínio pelo abismo que me leva a escolher entre dois livros de poesia aquele de cujo autor nunca ouvi falar?
Na prosa isto é menos intenso. Os media anunciam, comentam e criticam os autores da moda mas também aqueles desconhecidos que a razão económica das editoras, na sua febre constante pela novidade, empurra para as prateleiras.
No mundo minimalista, quase secreto e clandestino da edição de poesia, o fenómeno é diferente. De qualquer maneira, entre o poeta laureado ou credenciado, escolho sempre o desconhecido.
Foi um destes saltos para o abismo que dei quando comprei “Nervo”, de Diogo Vaz Pinto, numa edição Averno. E afinal não caí nem me esmaguei. Bem pelo contrário. Flutuei nas correntes termais da sua poesia.
Dele sabia apenas ser um jovem poeta ligado ao Núcleo Autónomo Calíope, da Associação de Estudantes da Faculdade de Direito de Lisboa.
Começo pelo mais rápido e curto e dizer aquilo de que não gostei. Não gostei de um excesso de citações de autores a introduzir diversos poemas. Desviam a atenção para outros horizontes, criam a angústia do regresso á leitura desses autores, diminuem a concentração sobre o poema.
Diogo Vaz Pinto não é um poeta militante da análise das contradições da sociedade: “Contra o mundo, prefiro a poesia / descomprometida, arredada de inúteis militâncias…”. É um poeta das contradições do eu com o outro, em especial do outro mulher. Não é um poeta lírico parnasiano mas um poeta lírico do dia-a-dia que o eu percorre. Diria ser o poeta vagabundo da melancolia e da cidade.
A palavra do poema procura a luz e o prazer, os cheiros, procura e encontra a solidão e o tédio.
Percorre a cidade “Lisboa pela tarde tem este gosto / a delírio manso…” Da cidade para a habitação, para o intimo interior físico e para o íntimo do eu e das suas relações amorosas: “De costas olho-te e imagino-te / no aborrecimento dos anos com algum / romance nos joelhos…”. Não é a poesia do encontro, da relação e do contacto com a surpresa do oposto feminino. É a poesia da melancolia do depois.
E  assim surge a solidão e a introspecção do eu: “Deitei a tarde pela janela e fiquei só..”. E essa solidão, que olha para o presente e para o passado vivido, reforça-se na repetição rotineira dos actos diários: “Entro no supermercado, atravesso / sozinho os corredores enquanto penso / na glória obscena e acessível / deste nosso princípio de século”.
O olhar do poeta percorre as pequenas coisas do quotidiano: “Pouso a chávena no parapeito.”, “ guardei o recibo que não serve para nada” ou ainda “Na cozinha, o pequeno rádio, os frascos / com doce e os olhos com que vens / brincando em tons de mel”.
Estamos confrontados com um poeta que vai ser uma referência incontornável na nova poesia portuguesa, bem mais interessantes que encontrei recentemente.
São cento e vinte páginas que mostram já uma produção abundante e que anunciam novos espantos poéticos ao leitor das suas obras futuras.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Os que mais influenciam os hábitos de leitura no Reino Unido

No Guardian uma lista interactiva dos que mais influenciam os hábitos de leitura no Reino Unido:

http://www.guardian.co.uk/books/interactive/2011/sep/23/books-power-100-interactive


"Barroco Tropical" nomeado para o Prémio Courrier International


De José Eduardo Agualusa, "Barroco Tropical" é um dos romances nomeados para o Prémio Courrier International 2011. O livro vencedor será conhecido no próximo dia 20 de Outubro.
Este Prémio foi criado em 2008 para o melhor relato ou romance estrangeiro publicado  em França nos 12 meses anteriores.
O Júri, contituído por Catherine André, Iulia Badea-Guéritée, Marc-Olivier Bherer, Pascale Boyen, Lidwine Kervella, Isabelle Lauze (presidente do jurí) et Nathalie Pingaud, escolheu ainda as seguintes obras:

D’Acier, Silvia Avallone (Italie), Liana Levi, traduzido do italiano porFrançoise Brun ;
Little Big Bang, Benny Barbash (Israël), Zulma, traduzido do hebreu por Dominique Rotermund
La faim Mohamed El-Bisatie, (Egypte), Actes Sud, traduzido do árabe por Edwige Lambert
La part de l’homme, Kari Hotakainen (Finlande), JC Lattès,traduzido do finlandês por Anne Colin du Terrail
Des lanternes à leurs cornes attachées, Radhika Jha (Inde), Philippe Picquier, Traduzido do inglês (India) por Simone Manceau
Les Savants, Manu Joseph (Inde), Philippe Rey, Traduzido do inglês (India) por Bernard Turle
Aux frontières de l’Europe, Paolo Rumiz (Italie), Hoëbecke, traduzido do italiano por Béatrice ViernIlustrado, Miguel Syjuco (Philippines), Christian Bourgois, traduzido do italiano por Anne Rabinovitch

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

“La prospérité du vie – une introduction (inquiete) à l’économie”, Daniel Cohen


Devo reconhecer que o subtítulo o diz com clareza – “Introdução” – mas mesmo assim esperava mais deste “La prospérité du vie – une introduction (inquiete) à l’économie”, de Daniel Cohen. Talvez as expectativas fossem demasiado altas ou talvez por ter acabado de ler uma outra obra sobre o mesmo tema bem mais interessante, achei esta um pouco fraca.
O que ela procura mostrar é que um fantasma percorre o Ocidente. O fantasma do declínio do domínio do Ocidente e o receio do crescimento do Oriente e dos países emergentes. É um tema que tem sido analisado em inúmeras obras, cada uma das quais aponta diferentes perspectivas e soluções.
Daniel Cohen analisa, em traços gerais, o desenvolvimento económico da humanidade. Relembra alguns pontos centrais, por vezes muito esquecidos, de alguns períodos históricos: o pragmatismo social e não tecnológico dos Romanos e a sua sociedade composta de 35% de escravos em Itália, o crescimento do rendimento per capita que foi multiplicado por três entre o período medieval e o sec. XVIII ou o período sangrento entre os meados do sec. XVI e os meados do sec. XVII.
No decorrer da descrição da evolução do mundo Ocidental surgem as referências aos autores económicos que moldaram cada época: Adam Smith, Malthus, Schumpeter, Keynes, etc. Talvez pouco desenvolvidos para a importância que tiveram em cada época no desenvolvimento das análises económicas.
O desenvolvimento da China e a Índia é também abordado, de forma interessante, questionando as contradições que o seu desenvolvimento vai fazendo surgir. Uma questão que o autor coloca é a de saber se é possível aplicar o modelo económico ocidental, amplamente consumista, a uma população de 1,45 mil milhões de chineses (em 2030). Se viessem a ter o índice de 3  carros por cada 4 pessoas, como no Ocidente, a área dedicada e as infra-estruturas necessárias á acessibilidade e a estacionamento ultrapassaria a área actualmente atribuída á cultura do arroz.
O autor recorda também pontos significativos para as análises da actual crise, como o a utilização do crédito para compensar a queda dos salários reais apesar dos aumentos de produtividade; o preço baixo dos produtos de consumo, criando a “economia do desperdício” e a sua contradição com os limites geológicos do planeta. Salienta também a transformação feita pelos accionistas das empresas dos prémios de carreira em prémios indexados aos valores bolsistas, as consequências da “subcontratação” crescente e o aparecimento de veículos e artifícios que deram um crescimento descontrolado ao capital financeiro, financiando a crédito operações de alto rendimento sem mobilização de fundos próprios.
Publicado em 2009, o livro tem necessariamente de deixar de fora todo o desenvolvimento da crise de 2008 e as perspectivas para a analisar de forma detalhada.
É leitura interessante, uma voz preocupada com o nosso futuro e com outras questões que não as meramente económicas. Apesar da ausência de uma completa bibliografia, aponta durante os diversos capítulos, alguns autores que podem ser outras leituras interessantes.
Apesar das características simples da obra foi uma leitura enriquecedora.

Título: "La prospérité du vice-une introduction (inquiète) à l'économie"
Autor: Daniel Cohen
Editora: Le livre de poche
2009
Pag. 313
ISBN: 9782253159650

A História e as praxes do Chá

Agora com o aproximar da época Outono/Inverno, um livro e uma chávena de chá:


encontrado aqui

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Edna O'Brien vence o prémio Frank O'Connor

Anteriormente banida na Irlanda,a autora irlandesa Edna O'Brien venceu o Prémio Frank O'Connor, no valor €35000, com a sua colectânea de contos   "Saints and Sinners".

O resto da notícia do Guardian pode ser lida aqui


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"The Pale King", David Foster Wallace


Pela primeira vez arrisquei ler um livro de um autor que desconhecia através de uma sua obra póstuma. Sempre entendi que, ou o autor a tinha plenamente acabada, ou se ela era criada pelos papéis, notas ou rascunhos deixados, era uma obra de outros e não dele.
De David Foster Wallace nunca tinha lido nada. Sabia do mito em que se tinha tornado o homem após o seu suícidio em 2008 e da inclusão do seu “Infinit Jest” na lista das obras míticas, muito pouco lidas mas imensamente faladas.
“The Pale King” é a sua obra póstuma. Após a sua morte, o seu agente Bonnie Nadell recolheu de sua casa 200 páginas arranjadinhas que estavam em cima da sua secretária. Michael Pietsch, da editora Little Brown & Co. que trabalhava com Wallace recolheu outras folhas perdidas em gavetas e cestos de papéis. Durante 2 anos dedicou-se á tarefa de organizar este “The Pale King”.
Um conjunto de personagens converge no IRS – Regional Examination Center em Pioria, Illinois. É no ambiente alienado do sistema fiscal americano que vamos conhecendo o passado destes personagens, neófitos no sistema, bem como o dos seus chefes, integrados no serviço há vários anos. É através de capítulos com estilos literários diferentes, em épocas temporais diferentes, que vamos criando a imagem deste sistema fiscal que é um mundo dentro do mundo em que vivemos. Um mundo sufocante, imensamente aborrecido para o qual somos arrastados pelas discussões internas que aí se sucedem numa linguagem esotérica com o seu calão próprio.
O que levou as personagens a entrar neste mundo? O que motivou David Wallace, nome verdadeiro do autor, que aí também trabalhou? Com as personagens estamos deitados em sofás freudianos até ao momento da sua chegada ao IRS. Salas e salas com secretárias, luzes de fluorescentes, apinhadas de montanhas de declarações fiscais, dia após dia. Do ambiente fordista da fábrica para o mundo alienado do colarinho branco. Recordamos Loyola Brandão no seu “Não conhecerá país nenhum”, onde o ex-professor universitário Souza conferia listas intermináveis de números emitidas por computadores. O aborrecimento é o senhor do romance, o seu personagem principal. “Pale King” é um romance sobre o ambiente. O ambiente substitui o enredo
Nos anos 80, o romance situa-se em 1985, o IRS americano vai enfrentar as mudanças impostas pelas políticas neo-liberais dos anos Reagan, dos cortes para permitir diminuição dos impostos, a privatização dos serviços públicos e as modificações impostas pela informatização dos serviços. A substituição da folha escrita pelo cartão perfurado. No interior extremam-se os campos, as chefias procuram impor os seus pontos de vista aos recém- chegados.
Big Q is whether IRS is to be essencially a corporate entity or a moral one”, diz Wallace nos seus apontamentos. Aquele mundo, por muito aborrecido que fosse, cumpria o seu serviço de redistribuição da riqueza na sociedade.
The birth agonies of the New IRS led to one of the great and terrible PR discoveries in modern democraciy, which is that if sensitive issues of governance can be made sufficiente dull and arcane, there will be no need for officials to hide or disassemble, because no one not directly involved will pay enough attention to cause trouble.”
O aborrecimento é o meio e a mensagem. Porque que é nos retraímos perante o aborrecimento? “…because dullness is intrinsically painfull.” E numa sociedade em que o aborrecimento atravessa o nosso dia-a-dia, nos transportes, na alienação do trabalho e das relações sociais, “ nas Tvs nas salas de espera, nas bichas dos supermercados, nos aeroportos, nos bancos traseiros dos SUVs. Walkemen, iPods, Blackberries, telemóveis que ligamos ás nossas cabeças. Este terror do silêncio.”
É cristalino quando diz “ I can’t think anyone really believes that today so-called ‘information society’ is just about information. Everyone knows is something else, way down.
Fredrick Blumquist, de 53 anos, funcionário há 30 anos, no IRS de Lake James, morreu de um ataque de coração, sentado á sua secretária, na sala que compartilhava com outros vinte e cinco colegas. Foi a uma terça-feira. Só foi encontrado no sábado á noite por um empregado de limpeza que estranhou vê-lo a trabalhar á secretária com a luz apagada. Este é o capítulo estruturante do romance.
“The Pale King” é ainda uma história sobre a incapacidade de comunicação: dos novos funcionários ao longo da sua vida, das chefias com os recém-chegados, dos homens no seu relacionamento com as mulheres. São opressivos os capítulos que recolhem estes diálogos.
Por ser uma obra póstuma abordei a leitura como se o romance fosse um livro de contos. Creio ter sido a melhor abordagem. Alguns absolutamente maravilhosos, com uma escrita lindíssima, outros tão desesperantemente aborrecidos que exigia quase um violento esforço físico para os concluir. Um dia um, noutro dia outro, até a atmosfera e a intenção do romance se ir tornando cristalina. Uma aventura fascinante.

The truth will set you free. But not until it is finished with you.
                                                                       David Foster Wallace

Título: The Pale King
Autor: David Foster Wallace
Editor: Little Brown and Company
Pags. 548
ISBN: 9780316178327

"Portugal e a Europa em Crise-para acabar com a economia de austeridade", vários autores


Vivemos verdadeiramente em tempos interessantes. Acabaram os tempos das águas paradas, na política, na economia e noutras áreas sociais. Os ventos são fortes e as vagas alterosas.
Não há gestor que se preze ou manual de motivação que não repita até á exaustão a máxima que a crise abre novas oportunidades. Se formos apenas seguir os títulos a negrito dos tablóides ou os mil repetidos sound bytes dos apresentadores ou comentadores da tele-economia, as oportunidades e os caminhos são os mesmos que os trouxeram á actual crise.
A oportunidade que aqui existe é a da procura de análises políticas e económicas do passado e de discussão de alternativas sólidas capazes de acabar com este vórtice de sacrifícios e miséria a que nos querem condenar.
“Portugal e a Europa em crise”, com coordenação de José Reis e João Rodrigues, recolhe artigos publicados na edição portuguesa do “Le Monde Diplomatique” entre 2008 e 2011.
Estamos portanto no centro do furacão. Os autores, economistas, de várias tendências, procuram analisar as razões da crise e soluções alternativas ás teorias actualmente dominantes.
Destacaria dois artigos, um pela abordagem de um problema que tem sido muito ocultado em Portugal e outro por referir, entre outros, a abordagem crua á ladainha de sair da crise exclusivamente com o aumento permanente das exportações.
A situação do imobiliário e Portugal é apresentada como preocupante apesar de quando se falar em bolhas imobiliárias europeias se falar apenas na Irlanda e na Espanha. A realidade nacional referida no artigo de que, em 2006, o crédito imobiliário representava 80% do crédito aos particulares e 56% do crédito ás empresas, mostra imediatamente o que vamos enfrentar. Ao mesmo tempo, o país, apresenta preços por metro quadrado idênticos ao da zona urbana de Berlim. É um mercado puramente especulativo, que tem grandes resistências, á mudança. Salienta ainda o autor, perante um panorama deste, a pouca atenção dada nas licenciaturas contemporâneas de economia, a esta área que está na base, em todo o mundo, da crise económica.
Outro autor analisa a nossa entrada na zona euro e as consequências que isso provocou numa economia como a nossa. E se a resposta aos primeiros sinais da crise foi a de intervenções maciças dos governos (leia-se contribuintes) no sistema bancário e estímulos á procura com intervindo em sectores e empresas e investimentos públicos de emergência, ela depressa acabou. Vale a pena reler a defesa, surpreendente, destes princípios feita pelos responsáveis da EU, Durão Barroso incluído. Foi de sol de pouca dura pois logo se começou a falar apenas da crise da dívida dos países, em especial dos chamados PIGS. Controlar a dívida a todo o custo e regressar ao equilíbrio orçamental é o missal actual.
O autor salienta ainda a contradição entre os problemas dos PIGS e a aflição dos chamados FUKD (França, Reino Unido e Alemanha). A crise não é nacional mas europeia dentro de uma crise mundial. A saída deve ser encontrada com racionalidade e equilíbrio, levando a reformulações do sistema monetário europeu, alterações na política do BCE e reforço político das instituições europeias.
Se um conjunto de teorias dominantes nos trouxe á crise porque é que devemos seguir as mesmas para tentar sair da crise? Os autores destes artigos procuram mostrar que há outros horizontes possíveis. Não caberá a eles mas sim aos actores políticos desenvolverem propostas claras e credíveis perante todos nós para aceitarmos essas alternativas. Talvez seja o que nos tem faltado nestes tempos interessantes que vivemos.

Título: "Portugal e a Europa em crise"
Autor: vários com coordenação de José Reis e João Rodrigues
Editor: Actual/Le Monde Diplomatique
Pags.: 202
ISBN: 9789896940218
Preço: 7 Euros

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

"Ten years later", Granta nº 116

"Ten years later" é o tema do número da Granta para o Verão de 2011.
10 anos depois do 11 de Stembro. Uma visão do mundo de hoje através dos textos, poemas e fotografias de vários autores.
Não é dos números com os textos melhor conseguidos mas é um número que nos faz pensar no que é o mundo de hoje. Não vamos encontrar as memórias daquele dia mas sim da face do mundo de hoje ligado aquela data.
Encontramos o relato do regresso de um soldado americano á sua terra e aos seus e como a sua visão da realidade é moldada pela sua vida no Iraque, o suícidio desesperado de Mohamed Bouazizi que levou á revolução na Tunísia e as torturas do regime de Mubarak, o vida de um detido em Guantanamo, a abordagem de uma fragata americana a um pesqueiro espião norte-coreano, a revolta na Líbia e um dos seus martíres, bem como fotografias da vida de refugiados em diversos países
Particularmente interessantes são "Punnu's Jihad" e "The Terminal Check". No primeiro temos o relato das contradições e da violência da vida nas zonas tribais do Paquistão. Um jovem paquistanês que decide ir para o Afeganistão ajudar os feridos vê-se, com a sua recusa em combater, como prisioneiro de um senhor da guerra loca. A sua fuga leva-o a uma mesquita onde, em vez de encontrar o refúgio, acaba por ser entregue ás tropas americanos a troco de um prémio.
No segundo, um correspondente da revista Time de origem indiana, vivendo há vários anos no Japão, é confrontado com os reforços securitários no aeroporto de Tokyo. Esse reforço de segurança aumentado nas viagens aéreas em todo o mundo e que tantos incómodos provoca nos seus amigos americanos contrasta com a sua vida inteira de ser discriminado e olhado de maneira diferente apenas pela cor da sua pele.
É sempre um prazer a chegada de cada número da Granta e a garantia de algumas semanas de agradáveis leituras.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

"Why the West rules for now", Ian Morris

Enfrentar uma obra de análise global da história é sempre um desafio que exige coragem. Não apenas para os clássicos como o “Declínio e Queda do Império Romano” ou “Um Estudo de História” de Arnold Toynbee mas também para as obras de autores contemporâneos.
Destes autores da actualidade, algumas obras são verdadeiramente apaixonantes, como é o caso de “Guns, Germs and Steel”, de Jaared Diamond  (existe tradução em português)  .Releio-a de cada vez como se fosse uma primeira leitura.
Surgiu recentemente “Why the West rules for now – the patterns of history and what they reveal about the future”, de Ian Morris.
Ian Morris é um arqueólogo de formação, Professor de Classicismo e História na Universidade de Stanford mas adiciona ás suas análises históricas componentes de outras disciplinas. Sempre considerei a arqueologia uma espécie de caboucos da história. Sem eles o edifício não tem sustentação. Os anos mais recentes trouxeram descobertas e análises muito interessantes para o estudo de evolução da Humanidade. Pena é que muitos dos locais de grande riqueza arqueológica estejam inacessíveis por guerras ou regimes despóticos ou ainda, como é o caso da China, por a arqueologia apenas agora começar a dar passos mais largos e a libertar-se de algumas grilhetas ideológicas.
Esta obra procura fazer um estudo comparado do desenvolvimento do Ocidente e do Oriente, explicar a razão porque, excepto num período á volta do ano 1100, o Ocidente tem estado á frente do Oriente e analisar as perspectivas para o futuro.
“ It was maps, not chaps that took West and East down different paths” é a tese central de Morris. Desenvolve para a sua análise um modelo de Desenvolvimento Social ( a capacidade das sociedade para fazer as coisas) que assenta em 4 variáveis: a captação de energia, a organização/urbanização, a capacidade para fazer a guerra e a tecnologia de informação.
Para Morris a mudança é o resultado de tempos de desespero que pedem medidas desesperadas ás pessoas: a origem da agricultura, o aparecimento das cidades e dos estados, a criação dos diferentes impérios, a revolução industrial, etc. A relação entre a geografia e o desenvolvimento social é uma estrada de duas vias: por um lado, o ambiente físico modela as mudanças de desenvolvimento social, por outro as mudanças de desenvolvimento social modelam o significado do desenvolvimento físico. Cada época consegue o pensamento cultural de que necessita ditado pelos problemas que o desenvolvimento geográfico e social força sobre elas.
Numa linguagem plenamente acessível aos leigos dos vários períodos históricos, polvilhado com humor, e com constantes exemplos, vamos percorrer 16000 de evolução da Humanidade, os seus Invernos, as suas promissoras Primaveras e os seus verões de São Martinho. Ao longo destes milhares de anos vamos compreender as razões do predomínio do Ocidente, as razões porque á volta dos anos de 1100, o Oriente suplantou o Ocidente, as consequências da abertura das auto-estradas atlânticas e o encerramento das auto-estradas das estepes, até chegarmos aos dias de hoje.
Para alguns, a razão do predomínio do Ocidente sobre o Oriente radica apenas no facto de que o primeiro é racional e dinâmico enquanto que o segundo é obscurantista e conservador. Morris analisa contudo que em determinados períodos o inverso é que foi verdadeiro lembrando também que sociedades que foram progressistas e inovadoras, caso do mundo muçulmano, se voltaram para dentro de si mesmo e deixaram de responder aos estímulos.
Como é que no presente podemos olhar para o futuro. Irá o mundo ficar completamente Ocidentalizado ou completamente Orientalizado? Mais hierarquizado, mais iliberal, mais estatista?
A proposta para analisar o futuro é a mesma para analisar o passado: através do índice de desenvolvimento social.
Durante 14000 anos este índice cresceu 900 pontos e Morris afirma que nos próximos 100 anos vai crescer mais 4000 pontos! No sec. XXI o desenvolvimento social ameaça subir tão alto que mudará a o significado da biologia e da sociologia como as conhecemos. Vamos enfrentar a maior descontinuidade da História.
Poderemos evitar uma “Nightfall( nome de um famoso conto de juventude de Asimov) e as suas alterações climáticas, as suas epidemias  e as suas guerras? E se assim for somos capazes de conceber hoje as formas do que irá aparecer? Mais do que querer saber se será o Ocidente ou o Oriente a terem a predominância mundial importará conceber como a Humanidade irá enfrentar as radicais mudanças que o mundo anuncia.
É um livro com lugar marcado em qualquer estante de livros de História daqui para a frente.

Terceiras Jornadas Llansonianas de Sintra



Com entrada grátis, de 24 a 25 de Setembro, no Palácio Valenças, em Sintra, vão ter lugar as Terceiras Jornadas Llansolianas de Sintra.

Os objectos da vida de Maria Gabriel Llansol poderão ser apreciados através dos diversos textos, performances e leituras cantadas ao longo dos dois dias das jornadas.
Programa detalhado aqui

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Oferta de desconto pré-publicação "Aves de Portugal"

Do sítio da Loja De História Natural:


Será publicado em Outubro de 2011 pela editora Lynx Edicions o novo livro "Aves de Portugal" com autoria de Helder CostaEduardo de Juana e Juan M. Varela. É um guia de campo para a identificação de aves em Portugal, escrito por especialistas e com a colaboração da SPEA-Sociedade Portuguesa de Estudo das Aves.

Até 30 de Setembro de 2011 a Loja de História Natural oferece-lhe a possibilidade de pré-adquirir este guia com 10% de desconto sobre o preço de capa de 20€, preço final já com IVA a 6% de 18€. O livro deverá iniciar distribuição a partir de 15 de Outubro de 2011. Esta oferta supera a oferta de 5% feita pelo site da Editora Lynx e tem a vantagem de sermos nós a custear o envio para a nossa loja e a absorver a diferença de IVA entre Portugal e Espanha (o envio para outros locais de Portugal a partir da loja terá o custo adicional dos portes).

Este guia de campo contém informações detalhadas e actualizadas sobre as espécies presentes em Portugal continental, Arquipélago dos Açores, Arquipélago da Madeira e Selvagens.

Muito mais do que uma simples tradução, este guia abordará todas as espécies com presença regular no nosso território e inclui um apêndice com informação sobre espécies de ocorrência acidental. Foram criados textos e 257 mapas detalhados de raiz com informação sobre populações e distribuição ao longo do ano, separada para Continente e Ilhas. Este guia inclui ainda 90 telas a cores que mostram as principais características de identificação de todas as espécies presentes.

Pode fazer a pré-aquisição da sua cópia com desconto directamente na loja ou por telefone 210 998 725 ou email lojadehistorianatural(a)gmail.com com pagamento por transferência bancária até 30 de Setembro de 2011.

Aves de Portugal

sábado, 3 de setembro de 2011

Novos livros para Setembro

Com a devida referência a trabalho do Ciberescritas onde se encontra o texto original eis uma lista de novos livros a serem apresentados em Setembro:

“O Segundo Avião”, de Martin Amis (Quetzal). Artigos escritos nos anos que se seguiram ao 11 de Setembro.
“Não Tenho Inimigos, Não Conheço o Ódio” do Prémio Nobel da Paz 2010, Liu Xiaobo (Casa das Letras). Ensaios sobre o papel emergente da China no contexto internacional e um surpreendente conjunto de poemas.
“Da China”, de Henry Kissinger (Quetzal). O Prémio Nobel da Paz 1973 revela, pela primeira vez em livro, o seu profundo conhecimento da China, cujas relações com o Ocidente ajudou a modelar. Recorre a registos históricos e a conversas que manteve com líderes chineses ao longo de décadas.
“O Estado do Egipto”, de Alaa Al Aswany (Quetzal). O romancista egípcio analisa o que levou ao derrube do regime de Mubarak, e levanta uma série de questões.
“Uma Mentira Mil Vezes Repetida”, de Manuel Jorge Marmelo (Quetzal). Para escapar ao anonimato de uma vida comum, à solidão da escrita e ao esquecimento dos futuros leitores, o narrador deste novo romance de Marmelo inventa uma obra monumental, um autor – um judeu húngaro com uma vida aventurosa – e uma miríade de personagens e de histórias que narra entusiasticamente a quem, ao pé dele, se senta nos transportes públicos do Porto.
“A Educação Sentimental dos Pássaros”, de José Eduardo Agualusa (D. Quixote). Onze contos. A uni-los, uma mesma preocupação sobre a origem e a natureza do mal. “Como é que o pequeno Jonas se transformou em Savimbi? O que move Hillary?”
“A Sul. O Sombreiro”, de Pepetela (D. Quixote). Ambientado nos primórdios do colonialismo, este romance revela uma época desconhecida da história de Angola (séculos XVI e XVII). Começa assim: “Manuel Cerveira Pereira, o conquistador de Benguela, é um filho da puta.”
“Comissão das Lágrimas” de António Lobo Antunes (D. Quixote). Tem como personagem principal Virinha, que foi dirigente do destacamento feminino das FAPLA (antigas Forças Armadas Angolanas) na parte final da Guerra Colonial. Numa entrevista que deu ao jornal brasileiro “O Estado de S. Paulo”, em Maio do ano passado, Lobo Antunes explicou: “É a voz de Elvira, conhecida como Virinha, que foi presa em Angola em 1977, quando o país, recém-independente de Portugal, enfrentava problemas internos”. Elvira, que esteve à frente do batalhão feminino do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), foi uma das 80 mil pessoas mortas sob suspeita de contestar Agostinho Neto. Lobo Antunes contou que os pulsos de Elvira foram amarrados com arame e os tornozelos atados nas costas, que a levantaram a uma altura de dois metros e a soltaram repentinamente tendo o seu corpo batido no chão: “Mas, mesmo torturada, Elvira não parou de cantar, só quando morreu.”
“Adornos”, de Ana Marques Gastão (D. Quixote). Novo livro de poesia.
“Vozes” de Ana Luísa Amaral (D. Quixote). Novo livro de poesia.
“A Grande Casa” de Nicole Krauss (D. Quixote), considerada, em 2007, uma das melhores jovens escritoras britânicas pela revista “Granta”. Uma história suspensa entre duas perguntas: “o que é que transmitimos aos nossos filhos e como é que eles absorvem os nossos sonhos e perdas? Como podemos responder ao desaparecimento, à destruição e à mudança?”
“A Bofetada” de Christos Tsiolkas (D. Quixote). Vencedor do Commonwealth Prize 2009. Viagem caleidoscópica e inquietante aos limites do amor, do sexo, do casamento e da família. Adaptado para série de TV.
“O Filho de Mil Homens”, de valter hugo mãe (Alfaguara). Romance que inicia um novo ciclo na criação literária do Prémio José Saramago 2007.
“O Mapa e o Território” de Michel Houellebecq (Alfaguara). Recebeu o prémio o Goncourt em 2010. É uma obra sobre a solidão e a velhice. Nela, Houellebecq leva mais longe a sua paródia: o escritor e o seu cão, personagens do romance, são violentamente assassinados.
Fragmentos” de Marilyn Monroe (Objectiva). Livro onde se compilam notas pessoais (algumas escritas em blocos de notas de hotéis), poemas, cartas e fotografias, documentos inéditos que são tornados públicos pela primeira vez.
“A mulher do Tigre” de Tea Obreht (Presença). Obra vencedora do prémio Orange 2011, da autora que foi considerada pela revista “The New Yorker”, uma das 20 melhores escritoras americanas com menos de 40 anos.
“Os Imperfeccionistas”, de Tom Rachman (Presença). Romance que revela os bastidores da redacção de um jornal em Roma, numa altura em que a imprensa sofre o impacto das transformações ditadas pelas novas tecnologias.
“Poemas Novos e Velhos”, de Helder Macedo (Presença).
“Construir o Inimigo” de Umberto Eco (Gradiva). Ensaio inédito do autor italiano sobre temas como o Absoluto, o Fogo, o porquê de chorarmos a sorte de Anna Karenina, as astronomias imaginárias, os tesouros das catedrais, Victor Hugo e seus excessos, o mecanismo do reconhecimento no folhetim, a ventura ou desventura de Joyce na época fascista, etc.
“O Grande Inquisidor”, de João Magueijo (Gradiva). A vida extraordinária de Ettore Majorana pelo físico português.
“Antes de Dizer Adeus”, de David Servan-Schreiber (Lua de Papel). Livro testamento do autor de “Curar e Anticancro”, que morreu a 24 de Julho. O cancro, os conselhos que deu nos livros anteriores e a morte.
“Tudo tem um Preço”, de Eduardo Porter (Lua de Papel). O jornalista do “The New York Times” analisa as diferenças de preços entre os diversos países e culturas, e os efeitos que a procura tem no preço e vice-versa.
“Uma Estratégia Para Portugal”, de Henrique Neto (Lua de Papel). O primeiro livro do fundador da Ibermoldes e ex-deputado do partido Socialista.
“Não Podemos Ver o Vento”, de Clara Pinto Correia (Clube do Autor). É um novo romance da escritora que recupera a nossa presença em África nos anos 70 através da história de uma psicóloga e de um paciente.
“The Man who Broke into Auschwitz”, de Denis Avery (Clube do Autor). Testemunho de um soldado britânico que conseguiu infiltrar-se em Buna-Monowitz, o campo de concentração conhecido como Auschwitz III. Só agora, aos 90 e tal anos, Denis Avery decidiu contar a experiência, 60 anos depois dos acontecimentos.
“Rashomon e outras histórias”, de Ryunosuke Akutagawa (Cavalo de Ferro). Contos de um dos escritores mais importantes da literatura japonesa que inspiraram o famoso filme de Akira Kurosawa, “Às Portas do Inferno”.
“Arde o musgo cinzento”, de Thor Vilhjálmsson (Cavalo de Ferro). É considerado o melhor escritor islandês vivo e neste romance recupera dos arquivos uma história real em que mostra a opressão que a sociedade pode exercer sobre aqueles que infringem as suas regras.
“Romances”, volume que reúne os dois únicos romances de Flannery O’Connor: “Sangue Sábio” e “O Céu é dos Violentos” na Cavalo de Ferro.
“Manifesto Anti-Americano”, de Ted Rall (Verbo). O colunista do “The New York Times” e cartoonista escreveu uma obra polémica, desde que foi saiu há um ano já foi publicado em 30 países. Propõe uma mudança total do sistema sócio-político americano através da revolução.
“Como nos livramos do Euro?”, de Jean-Jacques Rosa (Alêtheia), o economista que foi director e fundador do programa de MBA do Institut d’Études Politiques (1993-2008).
“Adúltero Americano” de Jed Mercúrio (Civilização). O protagonista deste romance é um mulherengo inveterado. Precisa de se esforçar extraordinariamente para esconder as suas aventuras dos rivais políticos – e tem boas razões para fazê-lo. Trata-se de John Fitzgerald Kennedy.
“Vida Privada”, de Jane Smiley (Civilização). Um romance da vencedora do Prémio Pulitzer, que conta a história íntima de uma mulher, Margaret Mayfield ,de finais do século XIX à II Guerra Mundial.
“Sofia Tolstoi – Uma Biografia”, de Alexandra Popoff (Civilização). Sofia Tolstoi conheceu a fama mas também a alienação durante os quarenta e oito anos em que esteve casada com Tolstoi. Baseado em material de arquivo recentemente disponibilizado, incluindo os diários inéditos de Sofia.
“Na Rua Árabe”, de Nuno Rogeiro (D. Quixote). As revoltas no Médio Oriente analisadas à lupa numa altura em que se celebram 10 anos do 11/9.
Uma Vasta e Deserta Paisagem”, de Kjell Askildsen (Ahab), um livro de contos inquietantes que recebeu o Prémio da Crítica norueguesa.
“Xeque-Mate a Goa”, de Maria Manuel Stocker (Texto). Resultou de um projecto de investigação orientado por António Barreto que assina o prefácio – explica como é que a União Indiana tentou integrar Goa no seu território desde 1947, mas só o conseguiu em 1961. Venceu o Prémio Aristides de Sousa Mendes.
“Os Reis da Reconquista Portuguesa”, de Stephen Lay (Texto). O professor de Oxford explica como Portugal se tornou um reino independente entre os séculos XI e XIII fazendo um retrato dos primeiros cinco governantes.
“Ferrugem Americana” de Philipp Meyer (Bertrand). O escritor está na lista dos melhores 20 escritores com menos de 40 anos da “The New Yorker”. Sobre este livro, que é sobre o fim do sonho americano, Michiko Kakutani, do “The New York Times” escreveu: “A chegada de um novo escritor cheio de talento.”
“Rasto Negro de Sangue”, de Joseph O’Neill (Bertrand). É a história da família do autor de “Netherland- Terra de Sombras”.
“Diário de uma Viagem à Rússia em 1867”, de Lewis Carroll (Teorema). Publicado originalmente em 1935. Esta deverá ter sido a única viagem do escritor ao estrangeiro.
“O Homem” e “A Máquina de Klaus Klump”, de Gonçalo M. Tavares. É uma nova versão, conjunta, dos romances “Um Homem: Klaus Klump” e “A Máquina de Joseph Walser” pertencentes ao Reino. É uma reedição de um livro que foi feito primeiro em exclusivo com a FNAC e que agora é alargada pela Caminho ao resto do mercado. O autor descreveu-o assim: “São duas narrativas que têm exactamente o mesmo centro e que nesta nova versão, lidas em paralelo e em conjunto, darão espaço, julgo, para diferentes leituras”.
“Se eu fechar os olhos agora”, de Edney Silvestre (Planeta). O primeiro romance do jornalista brasileiro que em 2010 recebeu o Prémio Jabuti na categoria de Melhor Romance. A história passa-se numa pequena cidade da antiga zona do café fluminense, em Abril de 1961, quando dois meninos de 12 anos encontram o corpo de uma mulher, que foi morta e mutilada, nas margens de um lago.
“O Princípe da Neblina” de Carlos Ruiz Záfon (Planeta). Numa aldeia da costa sul inglesa durante o Verão de 1943, três jovens enfrentam um diabólico personagem.
“Tentativa e erro”, de José Alberto Oliveira (Assírio & Alvim). Poemas escolhidos e inéditos.
“Caminharei pelo vale da sombra”, de José Agostinho Baptista (Assírio & Alvim). Poesia inédita.
“Diapsalmata”, de S. Kierkegaard (Assírio & Alvim). Tradução do dinamarquês. Notas de Bárbara Silva, M. Jorge de Carvalho, Nuno Ferro, Sara Carvalhais, posfácio de M. Jorge de Carvalho, Nuno Ferro.
O novo livro da colecção de literatura de viagens dirigida por Carlos Vaz Marques na Tinta-da-China: “Viagem de Autocarro”, do escritor catalão Josep Pla. “Ao longo de cem quilómetros de poesia e humor, Pla conduz-nos através de uma deliciosa espontaneidade, mas que não exclui as reflexões mais profundas”, lê-se na contracapa.
Para 15 de Setembro, na FNAC Chiado, às 21h, está marcado o lançamento de “Diamantes de Sangue – Corrupção e Tortura em Angola”, do jornalista angolano Rafael Marques (Tinta-da-China) que virá a Lisboa. O livro é uma investigação sobre personalidades, instituições e empresas envolvidas no negócio dos diamantes e inclui o testemunho de centenas de vítimas.
“Um Tigre nas Florestas da noite”, de Margaux Fragoso (Porto Editora) Num dia de Verão, Margaux Fragoso conhece Peter Curran numa piscina pública e os dois começam a brincar. Ela tem sete anos, ele cinquenta e um.  Uma história de pedofilia contada pela vítima (Peter suicidou-se e pediu a Margaux para que contasse a história dos dois). Margaux Fragoso concluiu recentemente um Doutoramento em Inglês e Escrita Criativa na Universidade de Binghamton. Os seus contos e poemas foram publicados em diversas revistas literárias, como o The Literary Review e o Barrow Street. Os direitos de tradução  foram já vendidos para mais de vinte países.
“O Centenário que fugiu pela Janela e Desapareceu” de Jonas Jonasson (Porto Editora).  O segundo romance do escritor sueco.
“Apocalypse Baby” de Virginie Despentes (Sextante). Prémio Renaudot 2010.  Um road book entre Paris e Barcelona, em busca de Valentine, uma adoelescente enigmática e difícil que está desaparecida.
“Mister Gregory” de Sveva Casati Modignani (Porto Editora) Pela primeira vez um romance de Sveva tem um protagonista masculino.
“1961 – O ano que mudou Portugal”,  de João Céu e Silva (Porto Editora) Um relato diário do ano de 1961, fundamentado com uma série de depoimentos de protagonistas políticos importantes, historiadores, militares e escritores.