quarta-feira, 24 de abril de 2013

"The Long Tomorrow", Leigh Brackett



Um do grandes livros de ficção científica, um dos que “tem que ser lidos” por todos aqueles que são apreciadores do género.
Datado de 1955 é agora publicado novamente pela Phoenix Pick.
Leigh Brackett é uma escritora prolífera, não apenas na ficção cientifica, mas também em histórias de mistério e detectivescas. Escreveu inúmeros guiões para filmes, muitos dos quais com John Wayne. Os seus escritos na área da ficção científica foram reconhecidos com a atribuição do Hugo Award de 1980, em co-autoria com Lawrence Kasdan, ao guião para “Star Wars Episode V – The Empire Strikes Back”.
Mas a sua obra maior é “The long tomorrow”. À semelhança de muitos romances pós-apocaliptícos da época, situa-se numa sociedade rural americana depois de uma catástrofe nuclear. Talvez que as histórias pós-apocaliptícas deste sec. XXI já não venham baseadas em sociedades nascidas depois do desastre nuclear mas nas sociedades nascidas depois das crises financeiras e das desesperadas multidões de milhões de desempregados.
Nenhuma cidade, nenhuma vila, nenhuma comunidade com mais de mil pessoas ou duzentos edíficios por milha quadrada será construída ou permitida que exista nos Estados Unidos da América.”, afirma-se na 13ª Emenda da Constituição desta América rural e teocrática nascida do desastre nuclear.
 Sobreviveram os que já viviam afastados do grandes centros populacionais, da modernidade e dos produtos oferecidos pelo desenvolvimento económico, sociedades do tipo dos Amish, vivendo da terra, das ferramentas mais simples, recusando os auxiliares mecânicos e electrónicos.
O cimento que agrega estas comunidades Mennonites é o medo de que a sociedade da Bomba renasça. Vive-se na escuridão, temendo o passado e os tabus impendem sobre os conhecimentos que levaram ao desastre.
Mas como acontece em todas as sociedades teocráticas e repressivas existem sempre aqueles que querem quebrar os tabus e fazer renascer outros tipos de vida. É o que acontece a Len e a Esau Colter que, por circunstâncias diversas, acabam por fugir da comunidade onde vivem e procurar a mítica Bartonstown onde se vive como antes e todos os conhecimentos estão ao alcance de todos.
Ajudados por membros de Bartonstown, percorrem a América onde constatam que manter uma sociedade com aquelas regras rígidas só pode ser conseguido através repetidos actos de violência porque há sempre alguém que procura outros caminhos e não quer mater os espartilhos que são impostos.
Len e Esau partiram unidos no objectivo comum da fuga e da procura mas a pouco e pouco vão-se separando daquilo que querem da vida. Bartonstown vai ser encontrada finalmente mas a utopia vai revelar-se rapidamente como uma sociedade tão repressiva e obsessiva como aquela que abandonaram.
É a permanente procura pela novidade, pelos novos horizontes, pelas outras maneiras de pensar, com o romper com a manutenção do status-quo que caracteriza a Humanidade que estes dois personagens representam. Escrito num estilo bucólico, onde rompem repentinamente amores, ódios, violência e traições, este é um romance notável. É todo o espírito humano que vamos descobrindo ao longo destas páginas.
E quando nos perguntarem pela grandes obras da ficção cientifica e começar-mos a enorme o “A Canticle for Leibowitz”, “Camp Concentration” ou “Stand on Zanzibar” não podemos deixar de citar este “The Long Tomorrow”.

Título: The Long Tomorrow
Autor: Leigh Brackett
Editor: Phoenix Pick
Data: 1955
Pags: 201
ISBN: 9781612420134

Sem comentários:

Enviar um comentário