terça-feira, 26 de julho de 2011

É a Lírica de Camões, senhores...


Direi apenas que no estudei os Lusíadas com Vergílio Ferreira, no Liceu Camões. A sério. Infelizmente também muitas coisas de Camões ficaram de fora. Havia, também, edições estupendas de Maria Ema Tarracha Ferreira, de textos de literatura portuguesa, que abriam portas para outra poesia de Camões e outros poetas portugueses .Havia também a Sá da Costa, com Bernardim Ribeiro e Filínto Eliseo
Sou pai de dois filhos que, desde pequenos, olhavam para os livros nas estantes mas a quem nunca empurrei para os lerem. Descobriram-nos quando quiseram e como quiseram. Começou a haver buracos entre os livros nas estantes mas tinham apenas viajados para outros quartos. Um lia mais poesia o outro literatura contemporânea.
Hoje, que já saíram para casa própria, os buracos continuam: Pynchons, Senas, Ginsbergs, Camões.
Tenho, casualmente, tentado repôr essas faltas. Quando vou a livrarias procuro Camões. Nunca o encontro. Ás vezes apenas as edições para estudantes de os “Lusíadas”, ás vezes nem isso.
Até que decidi ir á INCM. Lá estavam os três volumes da Lírica. 18,17 euros, preço pré-crise. Comprei o que estava em falta, o volume I, o do Sobolos rios…
O meu espanto é que a edição, a 2ª, é de 1986!!! Três mil exemplares! Este deve ser o último! Nem ISBN ainda coloca!
Tento imaginar-me no Reino Unido a tentar comprar os Sonetos de Shakespeare. A dificuldade seria certamente escolher uma das edições, se a de bolso, a cartonada ou a com gravuras. Imagino-me em França á procura de Villon ou em Itália á procura de Petrarca.
É a Lírica de Camões, senhores. Uma qualquer ediçãozinha de bolso, em papel de jornal, com capa a duas cores, por favor. Não precisa de ser anotada ou edição crítica.
É a eterna pescadinha de rabo na boca. Não o lêem por que não o encontram ou não há porque não o lêem?

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