Na edição de Babélia do "El País" leio um artigo de opinião interessante. Segundo o autor (Manuel Rodriguez Rivero) os dados respeitantes ao sector editorial espanhol em 2010 mostram que enquanto a facturação no sector desceu 7%, a produção cresceu 5%. Situação surrealista.
São crónicas de crises anunciadas mas que ninguém quer encarar de frente. Fugas para a frente. Na bolha imobiliária espanhola também todos assobiavam para o lado com as consequências de hoje são visíveis.
De cada vez que olho para um expositor de uma livraria espanhola fico sempre impressionado pelas pilhas de livros. Ao menos salva-se o nível dos autores, a qualidade das edições, a abundância dos livros de bolso e a rapidez das traduções dos contemporâneos.
Por cá, nos nosso quintal, vamos pelo mesmo caminho. Quantas vezes vou procurar livros recém publicados e já não os encontro nos expositores nem nas estantes. Já se transformaram em lixo substituídos pela fornada do dia. Nem os nossos clássicos se salvam: é impossível encontrar a "Lírica" de Camões nas estantes e talvez a única edição actual seja a da Imprensa Nacional em 3 volumes.
Mas enfim, quem sou eu para analisar este panorama suicidário senão um simples leitor.
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